episiotomia

Episiotomia: o que é e quando é indicada?

Dra. Juliana Chalupe, médica obstetra do Grupo Nascer, de Curitiba, explica quando a episiotomia é indicada e quais as vantagens e desvantagens do procedimento. Confira:

1.O que é a episiotomia?

A episiotomia é um corte lateral realizado no períneo da mulher durante o período expulsivo do parto, ou seja, no finalzinho do parto, quando a cabeça do bebê está coroando. O procedimento secciona a pele e a musculatura e amplia o canal de parto. Acreditava-se que, com isso, a saída do bebê se tornaria mais fácil, diminuindo o tempo do período expulsivo ou protegendo a mulher de lacerações maiores. Mas, hoje, sabemos que isso não é verdade. A episiotomia, por si, é uma laceração de segundo grau, podendo ser considerada uma cirurgia.

2.Episiotomia x laceração espontânea: qual a diferença?

Quando a gente compara a realização da episiotomia com a laceração espontânea, a gente percebe que a episiotomia leva a uma maior perda sanguínea, a uma maior dificuldade de recuperação e a mais dias de afastamento das atividades habituais. O procedimento não resulta em um melhor tônus do períneo. Se compararmos uma mulher que se recuperou de uma laceração espontânea com uma mulher que se recuperou de uma episiotomia, o tônus do períneo é melhor em quem sofreu uma laceração espontânea.

3.O que é melhor? Laceração espontânea ou episiotomia?

Com certeza a laceração tem menos chances de complicação do que a episiotomia.

4.Quando a episiotomia é indicada?

A indicação da episiotomia é relativa e personalizada. É preciso analisar caso a caso, ver como está o período expulsivo no momento do parto. Os casos que a gente precisa pensar em episiotomia são:

  • Pacientes com cicatrizes perineais prévias: pacientes que já passou por uma episiotomia, que já fez alguma cirurgia de períneo, que tem uma fibrose ou alguma cicatriz que não permite a adequada distensão do períneo.
  • Pacientes com períneo curto: é raro, mas pode acontecer. É quando o espaço entre o final da vagina e o ânus é muito curto. Nesses casos, a gente percebe que a laceração está passando muito perto do esfíncter do ânus, podendo causar uma complicação secundária à laceração espontânea. Nestes casos, é necessário que o médico converse com a paciente sobre a possibilidade de realizar a episiotomia.

5.Na realização de parto cirúrgico, com fórceps ou vácuo extrator, é obrigatório o uso da episiotomia?

Não. Depende do estado do períneo e de como for feita a instrumentação do parto. Nem sempre é obrigatório.

6.Respeito à paciente e ao bebê é fundamental!

Como em qualquer procedimento, é muito importante que o paciente converse com seu médico sobre a realização ou não de episiotomia no consultório, antes do dia do parto. Então, converse com seu obstetra, esclareça todas as suas dúvidas. Entenda em quais situações é preciso fazer a epiosiotomia e em quais situações não é preciso. Saiba em que casos você aceitaria bancar o risco de uma laceração espontânea, em que casos você preferiria prever uma laceração de segundo grau.

O fundamental é monitorizar o bem-estar do bebê e ter muita paciência no período expulsivo para que o canal vaginal e o períneo da mulher tenham tempo de acomodar a cabecinha do bebê para ter o mínimo de laceração possível.

Grupo Nascer

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