Relato de parto Roberta Queiroz

Me entreguei completamente ao parto

Relato de parto de Roberta Nunes de Queiroz para o Grupo Nascer

 

Meu trabalho de parto começou no dia 24 de junho, quando aquele lindo sábado de sol amanheceu eu nem imaginava que no dia seguinte já teria minha filhinha em meus braços! Acordei me sentindo superbem e com muita energia. Tinha combinado uma caminhada no parque Barigui com uma amiga, estávamos em Curitiba desde o dia 20 para esperar a Lorena. Eu não tinha feito nenhum exercício físico desde que tinha chegado, estava sentindo falta, então pela manhã em boa companhia e embalada por uma conversa gostosa nem senti os 6,5 km da caminhada. Eu e meu marido fomos almoçar no shopping e eu comprei o brinco que era o único detalhe que faltava!

 

E, então, no restaurante, a bolsa rompeu!

Naquela noite havíamos combinado um jantar com um casal de primos num restaurante que eu estava ansiosa para conhecer! Chegamos ao restaurante por volta das 20h, foi nessa hora que eu senti um pouco de líquido escorrer pelas minhas pernas.

Sem contar para ninguém fui até o banheiro verificar. Liguei para a Patrícia, a doula, e relatei a situação. Ela me orientou a ir para a maternidade avaliar. Bom… como só tinha saído um pouquinho de líquido e eu estava sem dor – mas com fome rsrsrs – resolvi jantar,  já que já estava no restaurante. Se eu tivesse que internar pelo menos já teria jantado.

Por volta das 23h30 fui até a maternidade, a médica do plantão fez o toque e constatou que a bolsa estava íntegra e, eu, com 4cm de dilatação. Ela me disse que o parto poderia ocorrer dentro dos próximos dias.

 

Voltei para casa tranquila

Naquela altura eu já estava sentindo umas fisgadas leves, mas, como acreditava que iria demorar para engrenar, não dei muita importância. Chegando em casa essas “fisgadas” ficaram um pouquinho mais fortes, mas nada insuportável também, vi na hora que eram contrações, resolvi marcar por garantia e percebi que não estavam tão regulares. Algumas vinham com intervalos de 10, 15 e 20 minutos. Algumas até de 5 em 5 minutos, mas não permaneciam ritmadas. Confundi várias delas com dores de estômago e fui diversas vezes ao banheiro naquela noite. Confesso que a azia que me acompanhou por toda gestação me incomodava mais que as dores das contratações.

 

Agora sim, as contrações

A partir das 3h é que o intervalo entre as contrações começou a diminuir e elas ficaram mais intensas, estavam com intervalos de 7, 6 e 5 minutos. Resolvi tomar um banho, porque naquela altura já sabia que logo teríamos que voltar para a maternidade, e realmente preciso falar dos benefícios da água para o alívio da dor: é maravilhoso ficar embaixo do chuveiro nessa hora. É a melhor sensação do mundo!

Tinha ligado novamente para a Patrícia relatando a situação, e ela me orientou a tentar comer alguma coisa antes de voltar para a maternidade. Mas, depois de um jantar maravilhoso, não tinha nenhuma fome!

Às 4h30, estava na cama, quando junto com uma contração ouvi um “ploc”. Levantei imediatamente da cama. A partir daí o intervalo entre as contratações passou a ser de 3 minutos e elas se tornaram bem intensas! Liguei novamente para a Patricia e fomos para a maternidade. Chegando lá,  a médica que estava de plantão me examinou novamente: eu já estava com 9cm de dilatação!

As contratações eram bem intensas! Patrícia logo chegou e perguntou se eu queria ir para a suíte ou para o centro obstétrico. Como percebi que o parto seria rápido, decidi ir para o centro obstétrico mesmo. Chegando lá fui direto para um cantinho e ali permaneci de quatro apoios, que era a posição mais confortável. As dores estavam bem intensas, então, ficar assim, mais as massagens na lombar da Patrícia, traziam um certo alívio!

 

Me entreguei completamente ao parto

Naquela altura eu já tinha perdido completamente a noção do tempo, me entreguei completamente e já não raciocinava mais. Vi meu marido entrar logo em seguida e já comecei a sentir os puxos. Parece que ela estava esperando o chegar!

Também não vi o Dr. Carlos chegar. Quando dei por mim ele já estava lá, vi a banqueta e resolvi sentar. Dali não saí mais. Os puxos se tornaram cada vez mais intensos e eu só sentia uma vontade imensa de empurrar para baixo. Quando eu achei que não iria aguentar ouvi: “tá quase, mais uma força e ela sai”. Reuni todas as minhas forças quando veio uma nova contratação e empurrei. Então, não senti mais nada…

 

Lorena em meus braços

Mal acreditei quando o Dr. Carlos me entregou a Lorena, eu finalmente estava conhecendo aquele serzinho cujas feições rondaram o meu imaginário durante as 38 semanas e 6 dias de espera e essa foi a sensação mais maravilhosa que eu pude experimentar!

Ficamos ali, nós 3 nos conhecendo por quase uma hora, e ela era incrível, esperta, nasceu e já arregalou os olhos para o mundo! Que sensação mais maravilhosa! Até hoje choro de emoção quando volto em pensamento para aquele momento!

Valeu cada km dos 329 que tivemos que nos deslocar em busca de um parto respeitoso. O tempo de espera longe de casa e familiares.

À Patricia e ao Dr. Carlos não existem palavras para agradecer por tudo! Meu sonho era trazer minha filha ao mundo com todo respeito e amor que ela tinha direito e isso só foi possível graças a essa dupla maravilhosa!

 

Relato de parto de Roberta Queiroz

 

Grupo Nascer

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *