O recém-nascido reconhece a mãe?

Sim! Veja como o recém-nascido reconhece a mãe e por que isso é tão importante para a formação do vínculo entre eles.

Por Malu Echeverria – Revista Crescer

Você já deve ter reparado que, normalmente, o recém-nascido tende a parar de chorar quando vai para os braços da mãe. Qual o segredo desse colo “mágico”? Um dos pioneiros a decifrar esse mistério foi o psiquiatra britânico John Bowlby (1907-1990), autor da Teoria do Apego. Ele dizia que a criança já nasce com as ferramentas emocionais necessárias, digamos assim, para se vincular aos pais.

Essa capacidade impressionante de interagir desde os primeiros minutos de vida, algo reforçado posteriormente por diversos pesquisadores, é reforçada por meio dos cinco sentidos. “Mesmo que não enxergue muito bem ao nascer, o bebê ‘percebe’ a mãe desde o início”, explica o pediatra neonatal Luiz Renato Valério, do Hospital Pequeno Príncipe (PR).

Além do olhar, esse reconhecimento, de acordo com o especialista, se dá também por meio do cheiro, da voz e do toque. Estudos mostram, por exemplo, que o bebê é capaz de identificar o odor materno desde o sexto dia. Já a voz, como a audição começa a se desenvolver por volta da 20ª semana de gestação, pode ser que ele a reconheça mesmo antes de nascer. “O útero não tem isolamento acústico”, brinca Valério. E, por último, no colo da mãe, o contato pele a pele aquece e tranquiliza o bebê – até porque, ali, ele escuta os batimentos cardíacos que lhe são familiares.

E qual a importância disso tudo? A princípio, de acordo com a psicóloga e psicopedagoga Ana Cássia Maturano, o bebê acredita que ele e a mãe são uma coisa só – e, ao traduzir e atender as necessidades dele, ela faz a ponte entre ele o mundo que o cerca, tornando-se sua referência inicial. “As primeiras sensações e vivências, que se baseiam no modo como o mundo lhe foi apresentado e estruturado, vão moldar a identidade dele, ou seja, o seu modo de ser”, afirma Cássia. Em outras palavras, essa interação inicial irá influenciar não só o apego entre mãe e filho, mas também na construção de seus vínculos futuros.

 

Fonte: Revista Crescer.

Foto: Alessandra Tawara Photography.

Paciente: Tatiana Canziani.

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