“Cheguei à maternidade com dilatação total!”

Confira o relato de Mariana B. de Freitas, paciente do Dr. Alvaro Silveira Neto, do Grupo Nascer

Nem no meu sonho mais íntimo eu poderia imaginar a surpresa que Deus tinha pra mim no dia da sua chegada, meu filho. Além de poder te gerar, te sentir dentro do meu ventre e te nutrir por meses, eu também queria te trazer ao mundo da forma como Deus preparou, como era lá no princípio. O desejo de parir estava no meu coração, mas eu ainda não sabia como seria.

Rede de apoio
Então eu encontrei uma rede de apoio de mulheres que, assim como eu, desejam receber os seus filhos nos braços da forma mais natural e respeitosa que vocês merecem, e ali eu cresci. Desde o início Deus estava compartilhando do meu sonho e preparando o “terreno” para que eu pudesse me sentir segura pra te receber. Diante Dele eu te entreguei, entreguei o meu desejo e aceitei os desafios que poderiam vir.

Em busca da humanização
Eu estudei,  me informei, empoderei seu pai para que ele lutasse junto comigo, pois sem ele nada seria possível. Encontrei um médico que abraçasse o meu desejo de parir para me sentir segura caso precisasse dele e também saber que tudo corria bem com você, durante a sua espera.

DPP
Dia 7 de dezembro era a data prevista do seu parto (DPP). O meu estômago já sentia um certo frio, o seu pai já estava ansioso pra te ter nos braços. Mas você ainda estava se preparando. Em 9 de dezembro tivemos uma consulta de rotina para nos assegurarmos que você estava bem e que poderíamos esperar o seu tempo. O médico constatou 2cm de dilatação, mas com colo desfavorável, ou seja, ainda poderia demorar uns dias.

Chá de bênçãos
Naquela noite recebi duas visitas surpresa em casa . Elas vieram se despedir da barriga, registrar os últimos momentos e orar a Deus entregando mais uma vez a sua vida, a minha vida, a equipe envolvida e te dizer que estávamos de braços abertos pra te receber com muito amor.

Primeiros sinais
Na madrugada do mesmo dia, 10/12, às 2h30, acordei com cólicas. Logo passaram, voltei a dormir, mas elas me acordaram de novo. No meu eu senti que era você chegando em breve. Orei a Deus e entreguei mais uma vez aquele momento, conversei com você e te falei que estávamos prontos! Já não dormi mais e comecei a monitorar as contrações , estavam tão leves que eu pensei “vamos passar algumas horas assim”.

Começou o trabalho de parto
Próximo às 4h eu acordei o seu pai e disse que eu estava com contrações e iria tomar um banho para poder relaxar . Olhei pra ele e disse “acho que vai ser hoje”, ele ficou inquieto e também não dormiu mais.

Meu corpo estava trabalhando
Procurei me concentrar e me preparar para passar aquele tempo da forma mais tranquila, entre uma contração e outra, um banho e outro. Seis da manhã resolvi avisar, minha doula e companheira. Pedi para ela vir pra casa pois você estava pra chegar.

A doula chegou
Quando ela chegou por volta das 7h, eu estava sentada na bola de pilates, conversando com o seu pai.
As contrações já estavam com um espaço curto entre uma e outra, talvez uns 3 em 3 minutos, não me lembro ao certo.

Não sinto dor!
Involuntariamente o meu corpo começou a fazer força sozinho, confesso que eu estava sem entender esse momento e as dores para as quais eu me preparei muito, não estavam acontecendo! Eu sentia apenas uma cólica dolorida, hora mais forte, hora mais fraca, na parte de baixo do ventre.

Pra maternidade, já!
Sete e meia pedi para que a Angélica ligasse para o meu médico e avisasse o que estava acontecendo. Ele orientou que fossemos para a maternidade para avaliar como estamos progredindo. Seu pai foi tomar um banho e se preparar para irmos. As contrações vinham cada vez com menos espaço, eu tinha que parar o que estava fazendo, respirar e me preparar para a outra que vinha logo em seguida (e junto com ela a força). Em uma delas, quando todos estavam prontos para irmos à maternidade, escutamos um barulho “ploft” e muita água escorreu pelas minhas pernas.
A bolsa estourou lindamente e naturalmente, como deveria ser. Olhei para o seu pai e ambos estávamos assustados. Eu queria ir logo, o meu corpo sabia que estava próximo, mas eu ainda não.

Força involuntária
No meio do trajeto, a cada contração meu corpo fazia uma força involuntária. Mandei uma mensagem para o médico, avisando o que estava acontecendo. Ele já estava a caminho. Chegamos na maternidade e a enfermeira viu que estávamos apurados e me levou direto para a triagem. O médico de plantão me examinou com muita delicadeza e disse “ela está com DILATAÇÃO TOTAL e o bebê já está bem baixo”.

Partolândia
Nesse momento eu estava em outro planeta, dizem que é a “partolândia“. Não sabia direito o que estava acontecendo. Eu e a enfermeira fomos para o centro obstétrico (CO), ela dizia que tínhamos que correr.
O médico plantonista avisou que o meu médico chegava em 10 minutos e eu pensei “tomara que dê tempo”.

Analgesia? Não!
Ao ser recebida no CO a enfermeira perguntou se eu gostaria de tomar anestesia e como eu gostaria de ficar. Neguei, pois você já estava chegando e preferi ficar em pé até que trouxessem o banquinho para eu sentar.
A minha maior preocupação era de não dar tempo do seu pai subir e poder ver o momento do seu nascimento… Ufa! Todos chegaram, médico, seu pai e a Angélica. Seu pai, sentado nas minhas costas para me amparar, o médico sentado na escadinha da maca na minha frente, para me ajudar, e a Angélica ao meu lado para me dar a mão e me apoiar. O Dr. Álvaro pegou a minha mão e pediu para eu te tocar pela primeira vez. Senti os seus cabelos quentes e molhados, que emoção te tocar ainda dentro de mim!

4 contrações
Foram 3 contrações e eu disse “Dr. Álvaro eu não vou conseguir” e ele respondeu: “Você já conseguiu”.
Foi na última força que você chegou direto para os meus braços, eu te segurei e te beijei. O teu cheiro era doce. Olhei pra você e para o seu pai, te achei forte, lindo… Você chorou, um choro com bravura e saúde. Após o cordão umbilical parar de pulsar, o seu pai cortou e rompeu os nossos laços que mantivemos por 9 meses, por ali eu te alimentava e te supria durante o tempo todo.

Você nasceu, eu renasci
Agora não éramos mais “um” e sim “dois”! Jorge, você nasceu no dia 10 de dezembro de 2016, às 9h09, com 3,785kg e 51cm, num parto que foi apenas meu e seu. Junto com você EU RENASCI, mais forte, única e completa. Deus não apenas concordou com os meus sonhos, mas também me presenteou com a sua vida. Eu era uma antes e a partir desse dia sou outra. Eu louvo a Deus pela sua vida, meu filho! Farei com honra o meu papel de mãe, até o último dia da minha vida.

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Relato de Mariana B. de Freitas, membro da rede de apoio ao parto humanizado, em Curitiba.
Médico: Álvaro Silveira Neto.
Doula: Maria Angélica Rocha.
Maternidade Curitiba.
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Grupo Nascer

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