relato priscila gongra

“Pedi para minha filha romper a bolsa… ela ouviu!” – relato de Priscila Gongra

Relato de parto de Priscila Gongra, paciente do Dr. Álvaro Silveira Neto, do Grupo Nascer. Doula: Carla Schultz.
Lembro como se fosse hoje o dia em que a Bella nasceu. Todos os dias, a hora que vou dormir (a hora em que ela me deixa dormir rsrs), fecho os olhos, lembro de várias cenas marcantes que enchem meu coração de alegria.

Meu sonho sempre foi ter parto normal. Sempre pesquisei muito, assisti a programas a respeito e, no último ano uma amiga, Cauana Bourguignon Mestre Pedrali Camara, conseguiu ter um parto humanizado. Logo que engravidei fui procurar um médico que seguisse a mesma linha. Tentei agendar com o médico dela, mas ele não tinha mais agenda. Ele me indicou um colega, o Dr. Álvaro Silveira Neto, do Grupo Nascer. Mais uma vez, por indicação dessa amiga, eu e meu marido escolhemos a Carla Schultz como doula.

Conversei com minha filha… ela ouviu!

Tive uma gestação de alto risco, devido meu colo do útero ser mais curto. Tomei progesterona e fiz repouso relativo. Às 38 semanas e 4 dias de gestação, o grande dia chegou!
Era uma segunda chuvosa, dia 12/02/2018. Acordei às 10h30. Fui organizar algumas coisinhas no quarto da Bella e assistir um pouco de televisão. Nessa hora, resolvi pesquisar na internet o que aconteceria se minha bolsa rompesse. Na verdade, eu já sabia o que aconteceria, mas queria saber se havia a possibilidade do parto ser mais rápido, e a maioria das respostas da pesquisa diziam que sim. Então, falei em voz alta para a Bella: “viu filha? Se for pra vir, estoura a bolsa da mãe, e aliás, pode ser hoje que o calor deu uma certa trégua”.
Era 12h e estava com muita fome, fui acordar meu marido para sairmos almoçar. Me deitei na cama ao lado dele, e quando me virei senti uma água quente saindo entre as pernas. Não era muito, mas o suficiente para saber que a Bella tinha feito do jeito que eu pedi. Olhei para meu marido e disse: “Estourou a bolsa!”. E a resposta dele foi: “como você sabe?!” Então, mostrei a cama molhada pra ele. Só que até então, eu não estava sentindo nada, somente líquido descendo involuntariamente. Liguei para meu médico, Dr Álvaro, que comentou que estava indo para maternidade atender um parto e pediu para que eu fosse até lá para me examinar.

Ansiedade e frio no barriga

Após uma meia hora de a bolsa ter estourado, comecei a sentir uma leve cólica menstrual. Comentei com meu marido que deveríamos levar as coisas pra maternidade, porque achava que a hora estava muito próxima e que, com certeza, ficaríamos internados.
No caminho para a maternidade, avisei minha doula, a Carla, que foi para lá ficar comigo também.
A hora em que chegamos lá, Dr. Álvaro estava em atendimento e ficamos aguardando na recepção. Logo as contrações aumentaram, e até comentei com a Carla que estava assustando a mulherada!!! 🙂
Aliás, a maternidade estava uma loucura neste dia. Fui atendida pela plantonista enquanto Dr. Álvaro não conseguia me atender, e ela foi medir a dilatação que já estava em 4cm. Me internaram e fui para o quarto. Lá, a Carla preparou um óleo para massagear minha lombar. Logo, Dr. Álvaro chegou e minha dilatação estava em 5cm. Estava indo muito mais rápido do que eu imaginava. A essa altura, estava em trabalho de parto ativo havia apenas 2 horas e meia. Fiz o teste do cardiotoco, que pareceu eterno, pois minhas contrações vinham e eu não podia fazer nada além de ficar deitada e esperar passar.

Comecei a sair de mim!

Quando o teste terminou tentei ir para o chuveiro, mas não aguentei por muito tempo, as contrações vinham muito fortes e não estavam mais dando trégua. Eu percebia que estava ficando completamente “out”, não escutava nada, nem ninguém, só sentia a contração e a massagem da doula nas minhas costas. Nessa hora, eu estava largada na cama, literalmente largada. Deitei de qualquer jeito e ali fiquei, não queria me mexer. A Carla me perguntou se eu queria ir pro chuveiro, caminhar ou ficar de pé, me lembro de responder que eu não queria nada, nem sabia o que eu queria. Então, pedi para chamarem o meu médico porque queria a analgesia, já não aguentava mais. Nessa hora, a doula disse que eu apaguei por uns 8 minutos, mas eu não lembro de nada disso, pois pra mim eu estava o tempo todo de olho fechado. Lembro de abrir os olhos, de ver o Dr. Álvaro parado me olhando na frente da cama. Ele perguntou se eu queria fazer o exame de toque, e adivinha?  Já estava com quase 9cm de dilatação, mas a essa altura eu não aguentava mais. Ele conversou muito comigo, tentando me convencer até o último minuto para não tomar a analgesia, porque já estava no fim. No entanto, a dor era tanta que eu não conseguia nem imaginar ficar mais 1 minuto sentindo tudo aquilo.
Fomos para o centro cirúrgico, no caminho minha bolsa terminou de estourar e aí sim o “bicho pegou”. Acho que as contrações já vinham em questão de segundos e duravam muito tempo (na minha cabeça né! rsrs). Dr Álvaro, mais uma vez, me ofereceu a cadeira de parto, dizendo que em 10 minutos minha filha nasceria. Mas eu já não estava em mim e nem dando ouvidos a ninguém, só queria que aquilo tudo passasse. Logo aplicaram a analgesia e então voltei a mim. Já conseguia pensar de novo e não sentia mais nada.
Nesse momento, entraram meu marido e a doula na sala e lá ficamos, esperando sentir as contrações de expulsão com a mão na barriga já que eu estava anestesiada. Tentamos fazer força diversas vezes deitada, mas a cabeça da Bella vinha e voltava, como se fosse um iôiô. Ao mesmo tempo, Dr. Álvaro testava minhas pernas para ver se algum movimento tivesse retornado. Tentaríamos de cócoras, em cima da maca. E assim foi, depois de 1h30 a anestesia estava passando e eu já voltava a sentir levemente as contrações. Então fiquei de cócoras, apoiando no meu marido e na doula. Em uma força o meu médico pediu para eu colocar a mão. Já sentia a cabeça da Bella. Então fiz mais uma força e essa foi comprida, tanto que lembro de não escutar nada, nem ninguém, como se eu estivesse sozinha lá.
De repente, minha doula me cutuca no braço e diz: “Pri! Olha pra baixo! Sua filha!”
Quando a vi, amoleci. Peguei Bella nos braços e choramos muito. Lembro como se fosse hoje a carinha dela naquele momento. E realmente, nessa hora, tudo parou, eu não via ninguém além dela. No dia 12/02/2018, depois de 5h30 de trabalho de parto, às 18h34,  Bella veio ao mundo!
Minha placenta levou uma hora para sair e precisou de manobras, foi complicado, mas deu certo. Além disso, tive laceração mas também foi algo que me recuperei super rápido.Desde então, Bella não desgruda da mãe!

Lembrar de tudo isso me faz pensar que tudo valeu a pena! Tudo mesmo! Cada dor, cada segundo, cada minuto. A dor? É engraçado, mas não lembro muito bem dela. Lembro que dói e não é pouco, mas é inexplicável, a melhor definição seria: uma dor de vida! Foi tudo muito além do que imaginei. Mais lindo! Mais viceral! Mais selvagem! Mais apaixonante! Com certeza o mais próximo que cheguei de o porquê a natureza ser tão perfeita!

Faria tudo de novo? Sem sombra de dúvida!

Agradeço todos os dias ao meu marido ❤, a minha doula Carla Schultz e meu médico Dr Álvaro Silveira Neto por fazerem parte e me apoiarem para esse sonho acontecer!

     

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