Depressão pós-parto acomete mais de 25% das mães no Brasil

O que é depressão pós-parto?

A depressão pós-parto é uma condição de profunda tristeza, desespero e falta de esperança que acontece logo após o parto. Raramente, a situação pode se complicar e evoluir para uma forma mais agressiva e extrema da depressão pós-parto, conhecida como psicose pós-parto. 

A depressão pós-parto traz inúmeras consequências ao vínculo da mãe com o bebê, sobretudo no que se refere ao aspecto afetivo. A literatura cita efeitos no desenvolvimento social, afetivo e cognitivo da criança, além de sequelas prolongadas na infância e adolescência.

Depressão pós-parto não é uma falha de caráter ou uma fraqueza. Se você tem depressão pós-parto, o tratamento imediato pode ajudar a gerir os seus sintomas e desfrutar de seu bebê.

O que causa a depressão pós-parto?

Não existe uma única causa conhecida para depressão pós-parto. Ela pode estar associada a fatores físicos, emocionais, estilo e qualidade de vida, além de ter ligação, também, com histórico de outros problemas e transtornos mentais. No entanto, a principal causa da depressão pós-parto é o enorme desequilíbrio de hormônios em decorrência do término da gravidez.

Outros fatores que podem causar ou ajudar a provocar a depressão pós-parto:

  • Privação de sono.
  • Isolamento.
  • Alimentação inadequada.
  • Sedentarismo.
  • Falta de apoio do parceiro.
  • Falta de apoio da família.
  • Depressão, ansiedade, estresse ou outros transtornos mentais.
  • Vício em crack, álcool ou outras drogas.

No caso dos homens, a depressão pós-parto pode surgir por conta da preocupação com sua própria capacidade de educar um recém-nascido. A ansiedade em prover uma boa vida para a criança, o aumento das responsabilidades e o suporte que se deve dar ao parceiro(a) estão entre as causas do problema.

Quais são as complicações da depressão pós-parto?

A mulher que está em depressão pós-parto, normalmente, amamenta pouco e não cumpre o calendário vacinal dos bebês. As crianças, por sua vez, têm maior risco de apresentar baixo peso e transtornos psicomotores, além de outros problemas de saúde. 

Os custos emocionais ligados à depressão pós-parto fazem com que a mãe interaja menos com a criança. Da mesma forma, sintomas como irritabilidade, choro frequente, sentimentos de desamparo e desesperança, diminuição da energia e motivação, desinteresse sexual, transtornos alimentares e do sono, ansiedade e sentimentos de incapacidade de lidar com situações novas são emocionalmente potencializadas.

Se não for tratada corretamente e de forma imediata, a depressão pós-parto pode interferir negativamente o vínculo entre mãe-filho e causar problemas familiares, muitos deles irreverssíveis. Filhos de mães que têm depressão pós-parto não tratada são mais propensos a ter problemas de comportamento, como dificuldades para dormir e comer, crises de birra e hiperatividade. Os atrasos no desenvolvimento da linguagem são mais comuns também.

A depressão pós-parto, se não tratada adequadamente, pode durar meses e até tornar-se em um distúrbio depressivo crônico. Mesmo quando tratada, depressão pós-parto aumenta o risco de futuros episódios depressivos, o que demanda um acompanhamento periódico da saúde mental da pessoa.

É importante atentar que, em casos mais graves, a depressão pós-parto pode levar ao suicídio.

Quais são os fatores de risco para depressão pós-parto?

Existem alguns fatores de risco que podem aumentar o surgimento de depressão pós-parto. Por isso, atente-se se você se enquadra em alguma das situações abaixo e procure atendimento médico.

  • Histórico de depressão pós-parto anterior.
  • Falta de apoio da família, parceiro e amigos.
  • Estresse, problemas financeiros ou familiares.
  • Falta de planejamento da gravidez.
  • Limitações físicas anteriores, durante ou após o parto.
  • Depressão antes ou durante a gravidez.
  • Depressão anterior.
  • Transtorno bipolar.
  • Histórico familiar de depressão ou outros transtornos mentais.
  • História de desordem disfórica pré-menstrual (PMDD), que é a forma grave de tensão pré-menstrual (TPM).
  • Violência doméstica.

Quais são os sintomas da depressão pós-parto?

Os sintomas típicos da depressão pós-parto são melancolia intensa/desmedida, desmotivação profunda diante da vida, ausência de forças para lidar com a rotina e muita tristeza, acompanhada de desespero constante.

Além disso, se você apresentar os sinais abaixo também pode estar com depressão pós-parto:

  • Perda de interesse ou prazer em atividades diárias.
  • Perda de interesse ou prazer em atividades/coisas/pessoas que antes gostava.
  • Pensamento na morte ou suicídio.
  • Vontade súbita de prejudicar ou fazer mal ao bebê.
  • Perda ou ganha de peso. 
  • Vontade de comer mais ou menos do que o habitual.
  • Dormir muito ou não dormir o suficiente.
  • Insônia.
  • Inquietação e indisposição constante.
  • Cansaço extremo.
  • Sentimento de indignação ou culpa.
  • Dificuldade de concentração e tomada de decisões.
  • Ansiedade e excesso de preocupação.

A psicose pós-parto é a condição grave mais susceptível de afetar as mulheres que têm distúrbio bipolar ou histórico de psicose pós-parto. Os sintomas, que começam geralmente durante as primeiras três semanas após o parto, incluem:

  • Desconexão com o bebê e pessoas ao redor.
  • Sono perturbado, mesmo quando o bebê está dormindo.
  • Pensamento confuso e desorganizado.
  • Vontade extrema de prejudicar/fazer mal ao o bebê, a si mesma ou a qualquer pessoa.
  • Mudanças drásticas de humor e comportamento.
  • Alucinações, que podem ser visuais, auditivas ou olfativas.
  • Pensamentos delirantes e irreais.

Como é feito o diagnóstico da depressão pós-parto?

O diagnóstico da depressão pós-parto é basicamente clínico, feito com observação nos sintomas e situação em específicos. Esse transtorno é considerado um subtipo de depressão maior. 

Para ser considerada depressão pós-parto, os sintomas devem surgir até quatro semanas após o nascimento da criança. Durante avaliação clínica individual, conforme cada caso, o médico psiquiatra pode diagnosticar a depressão pós-parto, a depressão ou outro tipo de trasntorno mental que tenha sintomas semelhantes.

Além disso, para distinguir entre um caso de curto prazo e uma forma mais grave de depressão, o profissional de saúde especializado (psiquiatra) pode pedir para você preencher um questionário de triagem de depressão e pedir exames de sangue para determinar se há presença de alguma disfunção da tireoide ou outros tipos de hormônios no organismo.

Como prevenir a depressão pós-parto?

A melhor forma de prevenir a depressão pós-parto é cuidado de si mesma e da saúde mental. Entre as condutas a serem tomadas estão:

  • Peça ajuda de outras pessoas para que você consiga dormir bem, manter uma alimentação saudável, fazer exercício físico e receber apoio na medida do possível.
  • Arranje tempo de qualidade para si mesma(o).
  • Matenha pensamentos positivos, sempre!
  • Evite o isolamento.
  • Fique longe de cafeína, álcool e outras drogas ou medicamentos, a menos que recomendado pelo seu médico.
  • Se você está preocupado com a depressão pós-parto, faça seu primeiro check-up pós-natal o mais breve possível após o parto.

Fonte: Ministério da Saúde.

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