Caroline Kraetzer Carneiro

“Lembrar do meu parto foi um alento para o puerpério”

Relato de parto de Caroline Kraetzer Carneiro, paciente do Dr. Carlos Miner Navarro, do Grupo Nascer.

Lembrar do meu parto foi muitas vezes um grande alento para o meu puerpério ou baby blues , como preferir.

Tive uma gestação tranquila, eu e meu esposo radiantes com a chegada da nossa bebe e a família inteira nos apoiando e me paparicando muito. O único incomodo que tive foi o inchaço. Com o avanço dos meses, o quadro foi piorando a ponto de não conseguir calçar nenhum dos meus sapatos. Minha aliança e anéis foram temporariamente aposentados. Condição absolutamente normal para uma gestação mas, com os hormônios a mil, todas as situações são amplificadas e todo problema fica maior do que de fato é.

Muitas vezes cheguei ao consultório do Dr. Carlos injuriada com meu desconforto e ele, muito experiente, conseguia transformar esses sentimentos em pura alegria ao constatar em todas as consultas que estava tudo bem comigo e com a Anna.

Ao longo dos meses conversamos muito sobre o momento do parto, a cada etapa íamos nos preparando para o grande dia. Nessa fase tive certeza que a informação é a melhor ferramenta que uma gestante pode ter. Oscilei algumas vezes antes de montar meu plano de parto. As famosas dores do parto sempre me assustaram, no fundo eu pensava, será que vou conseguir?

O Dr. Carlos sempre falou que a dor do parto é boa, vai te trazer um presente no final… Antes do terceiro trimestre chegar eu já tinha batido o martelo, iria tentar o parto natural e, caso não fosse possível, faria uma cesariana – assim sem maiores dramas. Só queria trazer minha filha ao mundo com saúde, independente da forma.

Com recém completado 38 semanas de gestação, na consulta de rotina, cheguei decidida a ter o bebê naquela semana. O inchaço e a falta de mobilidade estavam me castigando muito. Foi feito o exame do toque e … voilá: 4 centímetros de dilatação! Sabendo do meu desconforto o Dr. perguntou se ele poderia descolar a bolsa já que estava tudo ok. Falei que sim. Na hora não senti muita coisa, mas na noite vieram as tão temidas contrações… e foram embora.

Assim segui por quase mais uma semana. Todos os dias as contrações apareciam e passavam. Caminhada, passeios, dança, exercícios na bola. Nada fazia elas pegarem ritmo. O tampão mucoso já havia saído e eu achava que a bolsa poderia se romper a qualquer momento. Mas nada disso aconteceu o que aumentava nossa expectativa.

Quando acordei no sábado fiz 39 semanas. Quase uma semana depois da consulta e do descolamento da bolsa. Pensei comigo: não acredito que consegui chegar até aqui. Esse foi o único dia que não pedi para minha filha nascer. Só falei pra ela curtir aquele sábado chuvoso e nublado comigo, poderia ser o último ainda juntinha na minha barriga.

Fiquei na rua o dia inteiro. O dia mais tranquilo que eu tive, não pensei em parto, não pensei em nada relacionado ao nascimento. Apenas relaxei e curti. Durante o dia as contrações apareceram tímidas, como sempre, e assim foi até a noite, quando fomos jantar com os irmãos do meu esposo. Já no restaurante eu senti que seria logo o momento. Pedi para ele comer rápido pois deveríamos ir. Ele me perguntava, está monitorando de quanto em quanto tempo elas estão vindo? Mas não era preciso. A gente simplesmente sabe quando vai acontecer.

Viemos pra casa e após um banho fui para a bola. As tais contrações ficavam mais intensas e quando eu achei que iam pegar ritmo elas retraiam. Um verdadeiro teste de paciência e perseverança. Eu estava há muitos dias sentindo as contrações, o cansaço físico já tomava conta de mim.

Como num clique ficaram de 4 em 4 minutos. Fomos pra maternidade e avisamos o médico. Em silêncio, no carro, eu ia contanto as contrações, respirando e me concentrando. Elas estavam fortes e ritmadas. Demos entrada na maternidade às 23h38.

Chegando lá entrei de vez na partolândia. Esperando pelo Dr. chegar, fui para o chuveiro. Fiquei sentada na bola e a água quente caindo nas costas realmente ajudou. Até certo ponto. Saí do chuveiro, parecia não haver mais posição que oferecesse alento. Logo o Dr. Carlos chegou para me examinar e já estava com 7 de dilatação. Não deu tempo nem de ele perguntar alguma coisa e já fui falando: ANESTESIA. Como havíamos combinado em meu plano de parto que na hora talvez eu optasse por analgesia, ele saiu para fazer os preparativos do centro cirúrgico. Já não conseguia mais manter uma conversa. O momento estava perto e a dor era realmente forte.

Assim que recebi a analgesia já estava com 9 de dilatação, vai nascer!

Após algumas poucas forças vimos que os batimentos da Anna estavam caindo. Concentrado e sereno, o Dr. nos avisa que o uso do fórceps será necessário para ajudar na saída dela. Em seguida ele diz: “Carol, só mais duas forças e a Anna vai nascer”, meu coração acelerou.

Como fazer força anestesiada? Me concentrei, desejando aquele momento mais do que já desejei qualquer coisa na minha vida: ver minha filha.

Dito e feito, duas forças depois ela nasce! Ele entrega ela pra mim, quentinha, melecada de sangue. Chorando no mesmo instante que saiu da barriga. O mundo parou.

Coloquei ela no meu seio, ainda tonta, não conseguia acreditar que tinha ela em meus braços. E ali ficamos eu e meu marido hipnotizados com seu choro, com sua beleza, com sua saúde. Tão em transe que até esquecemos de tirar foto de nós 3 juntos.  Quando o cordão umbilical parou de pulsar meu esposo cortou o elo que mantinha nós duas unidas por tantos meses. Em nenhum dos meus sonhos eu teria imaginado que ganharia o bebe em duas horas!

E ali, 1h37 da madrugada, do dia 15.04.2018, eu passei pela experiência do parto e tudo o que posso dizer é que foi muito melhor do que eu imaginei. Agradeço muito ao Dr. Carlos por ter cuidado de mim durante essas 39 semanas (e nas seguintes pós parto também) e por ter realizado um parto cercado de respeito, me encorajando e apoiando para trazer a minha Anna da maneira mais especial possível!

 

 

 

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